O famoso livro ninguém é de ninguém foi um dos maiores responsáveis por expor para as pessoas a visão de mundo do espiritismo sobre relacionamentos amorosos. E também foi, indubitavelmente, responsável por salvar muitos casamentos e namoros.
Em um mundo onde os relacionamentos são cada vez mais problemáticos e rápidos, é importante entender como o espiritismo, muito além de te ajudar com a sua saúde espiritual, pode te ajudar a ter uma relação duradoura e saudável.
A Lei de Causa e Efeito nos relacionamentos: Aprendendo com os erros do passado
Quando falamos de Lei de Causa e Efeito, muitas pessoas pensam primeiro na Lei de Newton, o famoso físico, que diz que toda ação tem uma reação igual ou oposta. No entanto, muito mais do que uma lei científica, isso se aplica também em nossas vidas.
De um modo ou de outro, tudo o que ocorre na nossa vida é consequência das nossas próprias ações ou escolhas, ou de ações e escolhas de outras pessoas sobre nós quando éramos crianças e ainda não possuíamos autorresponsabilidade.
Ao entender isso, que o passado é a estrutura sobre o qual construímos nosso futuro, podemos ver nossos próprios erros para que não os cometamos novamente. Você não pode voltar no tempo e mudar o que aconteceu, você não pode desfazer nada do que já lhe tenha ocorrido, mas você pode, sem sombra de dúvida, tomar cuidado para que esses erros não ocorram novamente.
O papel do livre-arbítrio e da responsabilidade individual
Junto do reconhecimento dos erros do passado, deve vir também o reconhecimento da responsabilidade que você tem sobre sua própria vida. Mesmo que um acontecimento negativo da sua vida tenha ocorrido por conta da ação de terceiros, a sua resposta a isso é de sua responsabilidade, e a forma com que você lida com as consequências disso também.
A liberdade que temos de tomar decisões, concedida pelo livre-arbítrio, pode servir tanto como uma ferramenta para se ajudar quanto para prejudicar-se. Ao mesmo tempo, em que você pode escolher mudar de comportamento e fazer o bem, você também pode escolher se manter nos mesmos ciclos viciosos.
No entanto, essa liberdade é essencial para o seu próprio desenvolvimento pessoal, pois sem ela, você jamais conseguiria evoluir – você apenas não saberia fazer nada diferente. O crescimento e a evolução dependem diretamente da liberdade e da possibilidade de errar, pois é pela escolha de fazer o bem, mesmo com a opção de fazer o mal, que nós evoluímos.
Da mesma maneira, é na escolha de quebrar os ciclos abusivos, é pela escolha de superar o trauma, é no ato de vencer as coisas ruins que nos aconteceram que nós nos tornamos capazes de estabelecer uma relação saudável.
Cultivando o amor verdadeiro: compaixão, respeito e tolerância
Quando falamos de amor, muitas pessoas têm em mente aquela coisa romântica de beijos, carícias, rosas ou declarações de amor, por exemplo. Mas, na realidade, o amor verdadeiro é algo muito diferente disso.
Esse aspecto mencionado é o que chamamos de paixão, e ela é um componente muito importante para um relacionamento, mas não é o mantenedor dele. O que mantém uma relação é o amor, e para entender o que é amor, precisamos olhar para quem mais nos ama: Deus.
Para que nosso relacionamento dê certo, precisamos amar como Deus nos ama, e como Cristo nos amou. Precisamos tolerar e entender os erros de nosso parceiro, e perdoá-lo quando ele se arrepender – e, friso, isso não significa que ele não deva reparar seu erro. É preciso que tenhamos compaixão, e saibamos nos sacrificar em prol da nossa relação.
Sacrifício é a expressão máxima do amor. Sacrificar seu tempo, seu sono e muitas vezes até o seu bem-estar pode ser coisas necessárias em uma relação, mas que exprimem o amor real. Se o seu parceiro adoecer gravemente, você pode acabar privado de muitas coisas, mas amá-lo verdadeiramente significa que você está disposto a se deixar de lado para ajudá-lo, e o fará com alegria, pois você o ama de verdade.
Por isso, é tão importante escolhermos bem nossos parceiros. Muitas pessoas casam-se em um estalar de dedos e estabelecem compromissos para a vida sem se perguntar se estariam dispostos a se sacrificar em prol do seu parceiro se necessário for.
A importância da comunicação clara e honesta
Outro aspecto essencial em um relacionamento é a comunicação. Sem ela, mesmo que o amor esteja presente, a relação não consegue de modo algum florescer. Se você não consegue comunicar ao outro como você se sente, se não consegue comunicar algum problema que tem, a tendência é que isso se acumule, até se tornar um peso muito grande.
Quando esse peso é solto sobre o seu parceiro, as grandes brigas e discussões ocorrem. Então, é necessário sempre comunicar insatisfações, problemas, ou coisas do tipo, para que esses problemas sejam conversados e resolvidos, e não se tornem algo desnecessariamente grande.
Mas não apenas isso. É importante ter coragem de comunicar-se com o seu parceiro também quando você erra. É importante ter a humildade e a hombridade de ser capaz de admitir o erro, pedir perdão, e estar disposto a consertar as coisas. De nada serve ser capaz apenas de apontar os erros do outro.
Perdoar e ser perdoado: liberando-se do ressentimento
Uma visão deturpada que a maioria das pessoas tem quanto ao perdão dentro dos relacionamentos é o de que o perdão é “passar a mão na cabeça”, de que “perdoar é estar conivente com o erro”, e isso não poderia estar mais longe da verdade.
Independentemente do que tenha acontecido, como dissemos anteriormente, você não pode mudar o passado. Porém, quando o outro nos pede perdão, isso é um sinal do seu arrependimento, e da sua disposição em mudar o que quer que tenha causado esse erro em primeiro lugar. E, ao perdoarmos a ele, nós não apenas damos a ele essa chance de consertar, como liberamos de dentro de nós a mágoa que essa situação pode ter causado.
Muito mais do que uma forma de auxiliarmos o outro, o perdão é uma ferramenta de cura interna. Ele serve para que possamos nos livrar de todo sentimento negativo, de toda a tristeza e dor que o outro possa ter nos causado, e nos permite seguir em frente.
Construindo um relacionamento sólido e duradouro: amor e compromisso
A chave para construir uma boa relação não é dar presentes caros, viagens, dinheiro, sexo ou coisa assim. Todas essas coisas ajudam e são importantes, é claro, mas uma relação subsiste pelo amor, e pelo amor somente. A partir do momento em que amamos o nosso parceiro como Deus nos ama, e firmamos com ele um compromisso feito o que firmamos com Deus, não há como a relação falhar.
Erros acontecem ao longo do caminho, pois não somos perfeitos. No entanto, é importante reconhecer esses erros, admiti-los e consertá-los – lembre-se do papel da comunicação em um relacionamento. Tenha sempre em mente que o outro é humano, e não apenas um ser humano qualquer, mas o ser humano que você escolheu para ter ao seu lado até o dia de sua morte. Independentemente do quão grande seja o esforço, ele com certeza vale a pena para essa pessoa.
Para ver mais sobre as consequências de não adotar esse tipo de postura em uma relação, leia o livro Ninguém é de Ninguém, de Zibia Gasparetto, disponibilizado pela Editora Dufaux, a melhor editora de livros espíritas do Brasil. Acesse a loja!